© Jorge das Neves

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Nelson Pereira dos Santos

Como era gostoso o meu francês, 1971
Filme 35 mm transferido para vídeo digital, cor, som, 84’, loop
Cortesia Regina Filmes

O filme, baseado em relatos de práticas canibais dos índios tupis, descritas em crónicas e cartas de viajantes europeus no Brasil durante o século XVI, conta a história de um francês capturado por uma tribo de tupinambás, cujo destino é ser comido pelos indígenas. Contudo, durante a longa preparação da carne, o francês acaba por adotar hábitos da tribo.
O filme foi censurado pela ditadura militar brasileira, mas a produção conseguiu estreá-lo com o argumento de que a nudez de índio não é pornografia.
Com uma posição irónica e crítica sobre a abordagem (ignorante e intolerante) vigente na altura, que considerava o povo indígena brasileiro primitivo e incivilizado, Pereira dos Santos explora o conceito de «Antropofagia» de Oswaldo de Andrade. Se para o europeu civilizado o indígena era selvagem (e inferior) porque praticava o canibalismo, Andrade propôs que o canibalismo permite a assimilação do outro (europeu) em si sem perder a sua própria identidade.