© Jorge das Neves
Ru Kim
Olho, Nariz, Boca, Ouvido, Testa, Queixo, Maçã do Rosto, Sobrancelha (Eye, Nose, Mouth, Ear, Forehead, Chin, Cheekbone, Eyebrow), 2022
Microfones, colunas, textos, XPS, gravação laser em painéis acrílicos, corda
Cortesia dx artista
Ru Kim tem desenvolvido uma pesquisa sobre a agentividade dx água, questionando a responsabilidade dos seres humanos enquanto corpos de água para com outros corpos de água. Como Astrida Neimanis refere, este elemento tem as suas responsabilidades a cumprir. Esta é a ideia de hidrológica: água que cumpre a sua lógica de gestacionalidade, de dissolução, de incognoscibilidade através dos diferentes corpos de água que habita, incluindo os nossos. Água não é passiva, no sentido de ser apenas um recurso sobre o qual se age. Numa perspetiva hidrofeminista, água é o que nos une ao longo das nossas violentas histórias partilhadas de dominação, colonialismo, extrativismo, cumplicidades entre governos e instituições necropolíticas e diferenças através do tempo e dos lugares. Nesta instalação, Ru Kim convida o público a produzir as vozes de diferentes corpos de água. A do Rio Han, que atravessa Seul e o seu bairro financeiro e onde inúmeros traders cometem suicídio vítimas da pressão neoliberal.
A do Mar Mediterrâneo, que recebe os corpos dos refugiados que tentam alcançar a Europa. A das águas portuguesas que temem a exploração de minas de lítio.