A Ruazero surge a partir de uma parceria do Anozero Bienal de Coimbra com um série de instituições e pessoas voltadas para a dinamização da Baixa, região histórica da cidade, como polo irradiador de ideias, propostas, novos acontecimentos. Trata-se de um projeto-piloto que pretende dialogar e interagir com espaços urbanos da cidade em processo de abandono, através das artes visuais contemporâneas.

A rua escolhida como marco inaugural deste movimento foi a Adelino Veiga, por onde passavam milhares de pessoas diariamente, até o início do século XXI, em busca do que havia melhor em termos de comércio. Hoje, por uma série de motivos, de entre eles a chegada dos centros comerciais, a rua que durante gerações foi o paraíso para as crianças, com os principais bazares de brinquedos, encontra-se esvaziada, com a maiorias das lojas fechadas.

O Anozero, procurando colaborar para o processo de revitalização da Baixa, criou a Lojazero na Adelino Veiga, um espaço híbrido onde aconteceram, ao longo da quarta edição da Bienal, uma série de eventos que envolveram performances, intervenções, mostras de vídeo e leituras de poemas. Participou ainda do evento New European Bauhaus, realizado pelo Coletivo Rua Zero — composto por diversos segmentos, entre instituições, empresários, artistas, arquitetos e comerciantes — com a Cabine da Palavra, dispositivo videográfico instalado na montra da Lojazero, que captou o depoimento de inúmeras pessoas sobre a Baixa de Coimbra, constituindo-se num banco de memórias a ser doado à cidade.

A Lojazero despede-se temporariamente da Baixa de Coimbra, abrindo espaço para outras ações e empreendimentos culturais, através da exibição desses depoimentos, carregados de boas lembranças do passado e inúmeras propostas para a revitalização da Baixa.